Visualização

domingo, 10 de abril de 2011

José Márcio - Líbia é vítima de operação do "caos manejado"

José Márcio

Líbia é vítima de operação do "caos manejado"

09 de Abril, 2011
Tudo o que agora acontece na Líbia e à volta deste país revela cada vez mais o que acontece com a política de alguns países na divisão geopolítica do mundo por meio do “caos manejado” para derrubar regimes indesejáveis aos países ocidentais.
O Ocidente não morre de amores pelo regime de Muammar Kadhafi desde o ano de 1969, quando o Conselho Revolucinário do Comando da República Árabe Líbia tomou a decisão de retirar do seu território todas as bases militares estrangeiras. Nessa altura os interesses dos EUA e da Grã-Bretanha sofreram um grande revés.
A situação agravou-se ainda mais nos anos 80 quando a Líbia assumiu o compomisso de financiar a luta armada contra o “militarismo ocidental” em todo o mundo e a responsabilidade de algumas acções terroristas. Por essa razão, em 1992, o Conselho de Segurança da ONU, pressionado pelos EUA e pela Grã-Bretanha, impôs as primeiras sanções ao regime de Kadhafi.
Depois da ocupação do Iraque, Muammar Kadhafi aliviou a sua política e, como resultado, em 2004, a Líbia ficou livre das sanções internacionais. Mas o nível de tensão voltou a agravar-se quando, em Setembro de 2009, durante a 64ª sessão da Assemleia-Geral da ONU, Kadhafi criticou de forma enérgica a política de alguns países desenvolvidos, acusando-os de “terrorismo” e “racismo”. Mas porque razão a Líbia está a ser atacada por potências estrangeiras?
Muitas opiniões apontam para a miséria do povo, o “estilo” de Kadhafi dirigir o país, a corrupção na sociedade líbia. Os argumentos à primeira vista parecem ser justos, mas não colhem num país como a Líbia, que não é um país pobre. Até Fevereiro deste ano, o rendimento per capita era 13.800 dólares, duas vezes mais do que na Ucrânia, Egipto e Argélia, e 1,5 vezes mais do que a Tunísia.
O nível médio salarial é de 1.000 dólares. Até ao início da revolta, cada cidadão líbio recebia tudo do Estado para satisfazer as suas necessidades básicas. Transporte, energia, gás para fins domésticos e combustíveis chegavam à população a preços baixos. Todos os habitantes têm habitação gratuita. O subsídio de maternidade é de 8.000 dólares.
A Líbia ocupava o primeiro lugar entre os países africanos pelo nível da vida da população e a esperança de vida é de 77 anos. Em geral, os direitos humanos foram cumpridos melhor do que em alguns países democraticos da Europa e da Ásia.
Perante esta realidade, é justo dizer que apenas o “baixo” nível de vida da população, a falta de democracia e o “estilo” de Kadhafi na direcção do país é pouco para justificar a agressão armada das potências ocidentais.
Alguns peritos internacionais alegam que a causa principal da guerra contra a Líbia é o jazigo de petróleo líbio com um volume à volta de três mil milhões de toneladas. E o gás com 657 mil milhões de metros cúbicos. Essas riquezas estão fora do controlo das grandes potências ocidentais. Por isso, impuseram a guerra.
O caos instalou-se no país a 17 de Fevereiro, com acções antigovernamentais através do uso de armas, o que tem que ser considerado como crime organizado e, consequentemente, tratado de uma forma especial pelos instrumentos especiais do Estado. O que é que foi feito?
A comunidade internacional, sob iniciativa dos EUA, adoptou sanções contra a Líbia, que se traduziram no uso da força, através da OTAN, e no apoio aos rebeldes que pretendem derrubar o Presidente Muammar Kadhafi. Mas a mais perigosa cláusula da resolução é o direito de tomar “todas as medidas necessárias” para a defesa da população civil. Quem tem este direito? O mesmo está a ser concretizado? Claramente, não!
Isso significa de uma forma inequívoca que o Ocidente engendrou os distúrbios na Líbia, armou a chamada oposição e desencadeou no país a guerra civil, apoiando militarmente os rebeldes para combater o exército de um país soberano. Dito de outra outra forma, a Líbia tornou-se a vítima do “caos manejado”.
A Rússia apoiou de imediato o cessar-fogo e está em condições de assegurar uma zona sem vôos, segundo as cláusulas da resolução 1973, para a defesa da população civil e a salvaguarda da paz. A Alemanha continua numa política de não se comprometer com a guerra de assalto ao petróleo.
Como disse o Presidente russo D. Medvedev, as forças da coligação não têm que sair dos limites impostos pela resolução do Conselho da Segurança da ONU. Reforçando a posição do seu Presidente, o ministro da Defesa da Rússia, A. Serdiukov, afirmou que todas as operações que possam prejudicar ou prejudicam efectivamente a população civil têm que ser paradas. Mas se isso acontecer, o petróleo e o gás continuam fora do controlo das grandes potências ocidentais. Por isso, a guerra continua. E o assassinato de civis e “rebeldes” nos bombardeamentos da OTAN continua
também.

Um comentário:

  1. deve-se impor perante estas situacoes porque africa vem nos ultimos tempos tentar de um forma nao depemder dos apoios oriundos dos paises do oriente e esta situacao esta a preocupalos de uma forma inemaginavel aos mesmos,e contra a libia visal claramente disregular o nivel de governacao do lider khadaf para tomarem pose das riquezas existentes na libia,jamais khadaf vai permitir isso aguardamos por mais informacoes deste lado...me envem mais informacoes aguardo....d@rkside...

    ResponderExcluir